Apesar disso, Maria Antônia de Souza não lamenta nada. Pelo contrário. Ela tem muito orgulho de ser mãe de Adriano Agledson, de 33 anos, que tem paralisia cerebral e autismo. “Sou muito feliz por ter um filho especial e acredito que também sou uma mãe especial”, disse Dona Toinha, como é chamada pelos mais próximos, no Dia de Conscientização do Autismo, comemorado ontem, 2 de abril.
Os problemas de saúde que Adriano enfrentou ao longo da vida só deixaram a família mais unida. “Ele já passou por sete cirurgias, teve que retirar o intestino grosso; passamos 20 anos dentro de hospitais com ele, mas graças a Deus, de uns anos pra cá ele está muito bem, sem nenhum problema de saúde”, relata a mãe.
Na infância Adriano chegou a ser rejeitado em uma escola. Após o episódio, ele foi matriculado na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) aos cinco anos de idade e permanece até hoje frequentando o local de segunda a quinta-feira.
“Ele tem evoluído bastante na Apae, com as terapias, as atividades que eles realizam. Hoje em dia eu e meu esposo sai para qualquer canto com ele, supermercado, médico e ele não dá trabalho nenhum, se comporta muito bem. Quando a gente vai em algum canto e não leva ele o pessoal fica perguntando por que ele não foi”, disse a mãe orgulhosa falando do filho que gosta de ouvir e danças músicas evangélicas no ritmo forró.
Nos momentos que precisou da ajuda do filho autista, Dona Toinha não ficou sem o apoio. “Fiz uma cirurgia há pouco tempo e ele me ajudava sempre trazendo um copo de água, alguma outra coisa que eu pedisse; se uma coisa cair no chão ele é o primeiro a correr pra ir apanhar”, conta a mãe.
APOIO – Nos últimos anos, o tratamento aos autistas tem melhorado e os casos têm aumentado. Esse aumento pode estar vinculado ao fato de que as pessoas estão mais informadas e conscientes e tem procurado ajuda em locais especializados.
“O diagnóstico tem sido mais cedo, as famílias estão prestando mais atenção aos sinais e tratando as crianças assim que descobrem”, disse Ozenira Araújo, pedagoga da Apae.
Frequentam a Apae 18 autistas com o diagnóstico fechado, com idades variando entre 6 e 33 anos. Outros atendidos pela instituição que tem Síndrome de Down ou outras doenças apresentam características de autismo, mas o diagnóstico não é conclusivo.
A terapeuta ocupacional Ana Cristina Franco lembra que a família tem um papel fundamental no tratamento. “Ela é quem lida diretamente com a criança todos os dias, sabe o que acontece dentro de casa. Ela é a base e não adianta só deixar a criança em um local e pronto. Ela tem que participar, se envolver, estar junto sempre”, destaca.
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