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segunda-feira, 17 de dezembro de 2012
Elenco de 'Flor do Caribe' grava as primeiras cenas da nova trama no RN
São quase cinco horas da tarde e os moradores de Barra do Cunhaú, no Rio Grande do Norte, estão parados de frente para a praia, com os olhos vidrados no mar. Mas não se trata de um fenômeno natural. O povo, curioso, estica o pescoço é para ver, mesmo que de longe, um pouquinho de Grazi Massafera, Henri Castelli e Igor Rickli, os protagonistas de “Flor do Caribe”, próxima trama das 18h com estreia prevista para março.
O trio grava uma das cenas do folhetim, e o trabalho precisa ser rápido. A tarde cai, e o sol começa a perder a força. O diretor de núcleo Jayme Monjardim tem pressa, não quer perder a luz. A gravação começa com peripécias na areia e um mergulho no mar. Em seguida, eles entram no buggy amarelo-manga que, na ficção, pertence a Esther, personagem de Grazi.
— Vamos lá, gente. Volta o carro, rápido — pede Jayme, que registra o momento mais algumas vezes, para captar as possibilidades do cenário.
Cenas como estas têm feito parte da rotina dos habitantes locais desde o fim de novembro, quando equipe e elenco desembarcaram no estado para o início das gravações da história escrita por Walther Negrão. Entre as paisagens cenográficas estão as praias de Pipa, o município de Baía Formosa, as dunas do Rosado e as de Genipabu.
— Só havia estado em Natal uma vez a trabalho, não deu para conhecer bem. Que lugar lindo! Para começar, eu amo a temperatura do mar. No Rio eu nem entro na água, de tão gelada que é — conta Grazi, que faz a primeira novela após ter dado à luz Sofia, em maio.
O retorno à TV, ela comenta, aconteceu antes do esperado. Mas Grazi afirma que não teve como recusar o convite de Jayme — com quem trabalhou em sua primeira novela, “Páginas da vida”, em 2006; e Walther, com quem fez “Desejo proibido”, em 2007:
— Quando li a sinopse, já me apaixonei. Ela tem um lado mais brincalhona e é apaixonada pelo Cassiano (Henri).
Na história, Cassiano, Esther e Alberto (Rickli) são amigos de infância, moradores da fictícia Vila dos Ventos. A amizade fica abalada quando Alberto se declara para Esther, namorada de Cassiano, sem revelar seus sentimentos para o melhor amigo. No decorrer da trama, ele dá um jeito de se ver livre de Cassiano. Apesar das más intenções, o estreante Igor Rickli defende seu vilão.
— Ele tem uma verdadeira obsessão pela Esther, é mimado, articulador, sedutor. Mas não quero caracterizá-lo como mau-caráter. Ele é capaz de tudo por amor — analisa Igor, de 28 anos, descoberto por Jayme durante uma apresentação do musical “Judy Garland — O fim do arco-íris”, em São Paulo.
Preocupado com sua performance no vídeo, Igor conta que usa todo o tempo livre para passar o texto com Grazi e Henri e aperfeiçoar a maneira de atuar com a preparadora corporal Rossella Terranova:
— Ela me deu um livro, “A arte cavalheiresca do arqueiro zen”, que me deixou seguro.
Para Henri, poder estar com a equipe, “vivendo o lugar”, vale mais que um workshop:
— Traz a maior paz, uma energia incrível. Muitas vezes, em lugar de uma leitura, a gente busca intimidade com os outros atores. O que ajuda muito no vídeo.
Segundo Débora Nascimento, que vive Thaís, irmã de Cassiano na ficção, “o sol, o vento e as dunas” têm papel fundamental na composição da personagem.
— Ela é alegre e natural. Não mudei muito o visual desde “Avenida Brasil”, só fiquei mais morena e meu cabelo clareou com o sol — explica ela que, mais uma vez, contracena com o namorado, José Loreto. — É bom rever toda a galera. O Aílton Graça, o Bruno Gissoni, o Thiago Martins...
A concepção de “Flor do Caribe”, afirma o diretor-geral Leonardo Nogueira, pega carona em “Tropicaliente”, trama de 1994 também de Negrão.
— Há muito tempo uma novela das 18h não explora esse clima de praia. Nosso conceito é mostrar saúde, alegria, alto-astral. O cabelo é natural, as plantas balançam. E é isso que vamos tentar reproduzir no Projac — avisa.
E o mais importante, acrescenta Monjardim, é tentar passar todas essas sensações para quem está em casa.
— Queremos que o telespectador sinta o cheiro do orvalho da manhã, do perfume da Esther. Pode ser um delírio, mas talvez venha aí a primeira novela perfumada do Brasil. Mas eu disse talvez — sonha o diretor.
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