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terça-feira, 29 de maio de 2012

Taxas de juros e IPI reduzidos movimentam lojas de carros

Os juros em queda e o pacote de medidas anunciado pelo governo na semana passada para estimular o crédito e a venda de carros têm provocado uma corrida de clientes às concessionárias, mas os efeitos nas vendas só deverão ser realmente conhecidos a partir do começo de junho, de acordo com representantes do setor. Com as medidas, há veículos com descontos de até 10% nos preços.

A TRIBUNA DO NORTE percorreu três concessionárias ontem e em todas os Departamentos de Vendas estavam cheios de clientes, como a funcionária pública Luzia Saraiva, que já havia percorrido outras lojas: "Estou vendo uma que caiba no meu bolso. Vou aproveitar a queda nos juros", disse ela, que tem um carro com cinco anos de uso.


O pedagogo Wellington Bezerra Júnior disse que ia aproveitar a redução das taxas de juros e a queda do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) - anunciada na última segunda - para trocar a moto por um veículo mais confortável e seguro. A pretensão é vender a motocicleta de 150 cilindradas para "dar entrada no carro".

O gerente comercial da Autobraz, Luiz Carlos Zonta, disse que mesmo antes do pacote de medidas que o governo anunciou na segunda-feira, dia 21, as vendas a prazo já respondiam por 2/3 dos negócios fechados na revendedora de veículos da marca Fiat.

Em razão do pacote, que reduziu, por exemplo, de 7% para zero a alíquota do IPI para carros com até 1.000 cilindradas de potência, o fluxo de clientes na loja para conhecer os planos de negócios cresceu 100%. "A venda ainda está difícil de mensurar", disse ele, estimando que o crescimento nas vendas chegará a 50%.

Zonta conta que o Pálio 1.0, ano 2013, por exemplo, baixou o preço à vista de R$ 34,5 mil para R$ 31,4. "Mas teve modelo que chegou a cair 10% no preço final", acrescentou ele.

A redução dos juros bancários, do IPI e ainda da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) está trazendo outras consequências, pois mesmo estimulando a venda de carros novos, deve provocar retração no mercado de carros usados, como estima o corretor de veículos Nanô Queiroz: "O pessoal está correndo pra trocar o carro velho por carro zero", afirma ele, que estava acompanhando um cliente na concessionária.

As medidas também exigem atenção de quem já comprou o carro novo. A PROTESTE Associação de Consumidores alerta o consumidor que fez a aquisição no final de semana que antecedeu a divulgação do pacote do governo a ficar atento para que as reduções de impostos sejam repassadas a ele caso não tenha sido ainda emitida a Nota Fiscal. "Para não ficar no prejuízo é importante negociar na concessionária se ainda não houve emissão da Nota Fiscal para obter a redução do IPI", alertou a associação.

Crédito está mais barato, mas exigências estão maiores

Paulo Campos, gerente comercial da Natal Veículos, disse que sempre que o governo anuncia um pacote de estímulo ao crédito para a aquisição de veículos as vendas crescem. Porém, em virtude da inadimplência, os bancos "estão restringindo o crédito", principalmente para a compra sem entrada e em 60 vezes para pagar.

Campos lembra que já houve época em que se parcelou a venda de carros em até 72 vezes, mas hoje os bancos estão exigindo pelo menos 30% de entrada do valor do veículo: "Carros em 60 vezes e sem entrada, só para quem tem cadastro aprovado ou já está pagando um carro nesse plano", ressaltou ele.

Dados divulgados na última sexta-feira pelo Banco Central (BC) mostram que a inadimplência nos financiamentos para a compra de veículos feitos por pessoas físicas bateu recorde em abril no país. A taxa de atrasos acima de 90 dias passou de 5,7% em março para 5,9% em abril e atingiu o maior nível da série histórica iniciada em 2000.

O chefe do Departamento Econômico do BC, Túlio Maciel, avalia, entretanto, que o crédito mais barato - com a queda dos juros - vai contribuir para a redução da inadimplência.

Concessionárias se adequam às medidas

As concessionárias de veículos ainda não têm uma perspectiva exata do crescimento das vendas, porque ainda estão se adequando às novas medidas do mercado. Uma das adequações em curso é operacional, o refaturamento on line dos veículos que já estavam nas concessionárias.

O gerente comercial da Autobraz, Luiz Carlos Zonta, disse que "está aguardando a volta das notas fiscais", com a alteração dos preços antigos pelos preços novos.

Gerente de veículos novos da Nacional, revendedora Wolksvagem em Natal, Erick Fernandes Guilherme também disse que as notas fiscais tiveram de ser refaturadas.

Erick Fernandes explicou que em virtude das medidas, espera um crescimento nas vendas de veículos zero em torno de 40%, enquanto à procura de clientes do começo da semana passada para o início desta tenha aumentado 80%. "A gente não pode mensurar o número exato, mas antes do pacote a gente vendia, em média, dez veículos por dia, agora deve chegar a uns 14",

Segundo Fernandes, até o anúncio do pacote do governo, o estoque de carros que ficou aguardando clientes no pátio da concessionária Nacional chegou a 45 dias, "o período mais alto dos últimos cinco anos".

Ele ainda informou que no caso dos veículos da Volks, o Gol Geração 4 básico, de duas portas, pode sair à vista por R$ 21 mil. "Se houver uma entrada de 50%, o resto pode ser parcelado em 12 vezes sem juros", continuou.

Já um Gol da nova geração, acrescentou Fernandes, teve o preço reduzido em 7%, juntando toda a renúncia fiscal decorrente da desoneração dos impostos, além da liberação de uma parte dos depósitos compulsórios, que é o dinheiro retido pelo Banco Central para controlar a inflação, a fim de estimular o crédito para a compra de veículos zero km.

O gerente comercial da Natal Veículos, concessionária Chevrolet, Paulo Campos disse que, a tudo isso, somam-se os descontos que as próprias montadoras estão dando para as revendedoras. Ele calculou os efeitos da primeira semana pós-pacote na venda de veículos: "A procura cresceu 38,46% e as vendas aumentaram 28 %".

Um carro básico de duas portas da marca, como o Celta, custava R$ 26 mil e o preço baixou para R$ 23.998,00. "Com o desconto da fábrica, a gente está vendendo a R$ 22.799,00", disse o gerente.

Taxas em queda

São Paulo (AE) - O Banco do Brasil anunciou ontem redução dos juros para o financiamento de veículos de micro e pequenas empresas. Os cortes chegam a 21,3% e o BB pode financiar 100% do carro com taxas a partir de 0,77% ao mês, segundo comunicado à imprensa da instituição. As novas taxas já estão valendo. Na semana passada, o BB anunciou redução nos juros do financiamento de veículos para pessoas físicas, com taxa mínima de 0,77%. O corte ocorreu logo após o governo soltar um pacote de medidas para estimular o mercado automotivo, com redução de tributos para a compra de carros e mudanças no compulsório.

CONSUMIDOR

A Proteste recomenda pesquisa e dá outras dicas para quem vai sair às compras:

- O ideal é se programar em longo prazo, para comprar o veículo à vista. Mas se não tem outra forma não deixe de pesquisar muito antes de se comprometer com um financiamento de longo prazo. Até porque além do custo do financiamento há outras despesas envolvidas com a manutenção do veículo que pesam no orçamento.

- Quando não for possível comprar à vista tente dar uma entrada grande e financie em poucas parcelas para fugir dos juros.

- Não deixe de visitar ou telefonar para várias concessionárias para saber o valor do carro e, acima de tudo, qual é o Custo Efetivo Total do financiamento (CET).

- Pode ser mais vantajoso financiar em bancos do que diretamente nas concessionárias.

- O Crédito Direto ao Consumidor (CDC) é a opção mais procurada para financiar o carro e, para usufruir dela, você precisa primeiro escolher o melhor orçamento em uma concessionária. Com esse valor em mãos, o ideal é fazer uma pesquisa nos bancos em busca das melhores taxas. No CDC, apesar de o carro ser adquirido já no nome do comprador, ele fica alienado ao banco até que todo o pagamento seja concluído.




Tribuna do Norte.

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