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terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Tecnicamente impecáveis, Beija-Flor e Tijuca se destacam no segundo dia de desfiles

A Beija-Flor foi uma das destaques no segundo dia e credencia-se para a disputa do título Foto: Marcia Foletto / Agência O Globo
A metade final do espetáculo das grandes escolas de samba do Rio revelou duas concorrentes ao título de 2015. Beija-Flor e Tijuca juntam-se ao Salgueiro no rol de postulantes ao primeiro lugar da disputa dos bambas, que este ano não teve, mais uma vez, desempenhos arrebatadores. O apuro técnico é o pendor comum entre as três melhores escolas que passaram na Sapucaí neste carnaval. A diferença em alguns detalhes determinará a campeã.

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O trio acumula méritos, mas tem seus pecados para lamentar. O Salgueiro e a Tijuca devem perder décimos em samba-enredo; a Beija-Flor, em comissão de frente. As três podem sofrer também em enredo - e só. No mais, foi um conjunto de virtudes o que passou na avenida, garantindo uma corrida apertada na sufocante Quarta-Feira de Cinzas, dia de conhecer o resultado.

Das candidatas, a Beija-Flor tem mais motivos para comemorar. A turma de Nilópolis finalmente se livrou da dor pelo sétimo lugar de 2014, ao cruzar a Sapucaí num desfile rico e preciso sobre a África. A controvérsia do patrocínio vindo da Guiné Equatorial foi esquecida por componentes e plateia. Havia o temor de uma vaia na entrada da escola, que não se confirmou, e a mítica comunidade da Baixada cantou com a força de sempre até a Praça da Apoteose. Pegou o caminho de casa com uma certeza: a Beija-Flor está de volta às posições que se acostumou a ocupar, no andar de cima da classificação.

Terá certamente a companhia de outra habitué. A Unidos da Tijuca ignorou a ausência de Paulo Barros - substituído por um grupo de cinco profissionais - e passou impecável, confirmando seu status de escola dominante do carnaval atual. O enredo difícil, sobre a Suíça, deu num desfile atraente, com pitadas de humor, apesar do samba desenxabido. Construída quesito por quesito num desenho lógico, a escola do Borel transformou-se numa máquina de desfilar.

A frustração da noite coube à superfavorita Portela. A azul e branca não se apresentou mal, mas não causou o arrebatamento que dela se esperava com o enredo sobre os 450 anos do Rio. O impacto restringiu-se ao início, com a águia gigante, imitando o Cristo Redentor. Os componentes cantaram animados o ótimo samba, mas as alegorias e fantasias deixaram a desejar. Além disso, houve vários acidentes de percurso, como as luzes que não acenderam no carro do Jardim Botânico. A (ainda) maior campeã da festa provavelmente voltará no sábado, mas é quase impossível que seja no posto de primeira colocada. A Portela divide o anticlímax com a União da Ilha, de quem muito se esperava no enredo sobre a beleza, mas que deu num desfile opaco.

A segunda-feira revelou outra surpresa, no caso positiva, logo no início da maratona. A São Clemente encantou a avenida com o trabalho brilhante da carnavalesca Rosa Magalhães, dentro do enredo-homenagem a Fernando Pamplona. Um sucesso nas alegorias de muito bom gosto e fantasias no alto padrão característico da maior vencedora individual da Passarela do Samba. O povo de Botafogo deve experimentar sua melhor colocação em muitos anos. Vai ser, possivelmente, vizinha da Imperatriz e sua África colorida, na reverência a Nelson Mandela, um dos grandes personagens que cruzaram o altar do carnaval, no epílogo da festa de 2015.

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