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quarta-feira, 4 de abril de 2012
Greve na saúde ganha adesões
Enquanto o governo do estado não dá nenhuma esperança para a greve dos servidores da saúde, deflagrada ontem, o movimento começa a crescer com novas adesões em todo o Rio Grande do Norte. Em apenas um dia, somente em Natal, a greve chegou ao Centro de Reabilitação Infantil (CRI), Centro de Saúde Reprodutiva e nos Hospitais Maria Alice Fernandes, Santa Catarina e Monsenhor Walfredo Gurgel. No interior, o movimento alcança os municípios polos, sedes das USARPs (Unidades Regionais de Saúde Pública). A estratégia é paralisar os hospitais regionais que, a partir da próxima segunda-feira, começam a fazer escala para obedecer ao percentual de 30% conforme determina a Lei de Greve.
Segundo informações fornecidas pelo Sindicato dos Trabalhadores em Saúde (Sindsaúde), em Mossoró, a greve chegou, principalmente, ao Hospital Regional Tarcísio Maia que está atendendo somente urgência e emergência e, a partir de segunda-feira, o Laboratório Regional de Mossoró (LAREM) vai fazer a escala. Em Pau dos Ferros, houve reunião entre o comando de greve e a direção do Hospital Regional Cleodon Carlos. A informação do sindicato é que no município, mais da metade dos servidores promete aderir ao movimento, atendendo aos apelos da "comissão de convencimento" (piquete) que atua nas portas das unidades. A adesão ao movimento tem sido mais lenta em outras sedes de regionais como Santa Cruz, Caicó, Macaíba, São José e Parnamirim, onde houve assembleia, mas os servidores esperam até a segunda-feira na esperança de uma negociação.
Na última segunda-feira houve uma primeira reunião com os representantes do Sindsaúde com o governo do estado, mas não houve acordo e as negociações estão na estaca zero. O governo só apresentou proposta de pagamento do plantão indenizatório, que é uma dívida antiga com apenas 500 profissionais. Mas, mesmo assim, o cumprimento da dívida proposta foi condicionada à suspensão da greve. Quanto ao aumento salarial de 15%, o secretário de saúde, Domício Arruda, disse que, por lei, não poderia conceder o reajuste,mas daria uma resposta em duas semanas, tempo necessário para fazer estudos de impacto orçamentário junto à equipe econômica do governo. Novamente ele pediu uma trégua da greve porque não negociaria com grevistas, o que não foi aceito pela comissão de negociação. Sob protestos dos sindicalistas, Arruda acenou com uma nova reunião somente dia 16 de abril.
Segundo o secretário, 86% do orçamento da Saúde são comprometidos com o pagamento de pessoal, sendo 72% próprios e o restante terceirizados. O restante dos 14% é para custeio da saúde pública. "Nossa proposta é quitar em seis parcelas os plantões indenizatórios que não são pagos desde 2010. Mas fomos surpreendidos pelo fato da greve continuar", disse o secretário, acrescentando que ontem esteve com a governadora e está em contato permanente com os hospitais. Para ele, a greve não tem afetado de forma marcante os hospitais e tem se concentrado na porta do Walfredo Gurgel. "Como é um hospital de urgência e emergência, tem que funcionar, mas há uma sobrecarga decorrente dos funcionários que deixam de trabalhar. É uma punição com o servidor que está trabalhando, aquele que não fez greve", disse o secretário.
Para a diretora do Sindsaúde, Sônia Godeiro, a categoria não tem mais como dar trégua e que está há quase dois anos tentando negociar sem greve - inclusive não aderindo à onda de paralisações instalada no estado no ano passado. "De que adiantou tanta paciência para agora o governo nos dizer que não conversa sobre aumento?", questiona ela.
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