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sábado, 5 de abril de 2014

Zagallo diz que ganhar em casa é "questão de honra"

O tetracampeão mundial Mário Jorge Zagallo classificou a conquista do sexto título mundial pela seleção brasileira na Copa deste ano, em casa, como uma "questão de honra", após a derrota dolorida no Mundial de 1950.

Recentemente, o técnico Luiz Felipe Scolari e o coordenador Carlos Alberto Parreira chamaram a responsabilidade ao afirmar que o país tem obrigação de conquistar o título.

"Não é só uma obrigação. Mais que uma obrigação, é uma questão de honra", disse Zagallo à Reuters nesta sexta-feira.

"Acredito e sempre acreditei no Brasil. Vamos ser sempre favoritos. Todas as potências ganharam em casa e só nós não conseguimos. Não admito perder duas Copas", acrescentou ele, duas vezes campeão mundial como jogador (1958 e 1962), uma como técnico (1970) e uma como coordenador (1994).

Na final da Copa de 1950, na derrota do Brasil para o Uruguai por 2 x 1 no Maracanã, conhecida como "Maracanazo", ele ainda sonhava em ser jogador e à época era apenas um jovem soldado militar.

"Eu vivi aquele drama; foi um sofrimento e uma comoção nacional. Não pode repetir de novo. Não podemos perder uma segunda chance", afirmou.

Oito anos depois do fracasso do Brasil em casa, Zagallo ajudou o Brasil a conquistar a primeira de cinco Copas na Suécia. Os protagonistas foram o jovem Pelé e o genial Garrincha, mas Zagallo teve um papel estratégico e inovador ao atuar como um meia que atacava e defendia, algo pouco usual para a época em que os times tinham como base o ousado 4-2-4.

De lá para cá, Zagallo dirigiu o Brasil no tricampeonato de 1970 no México, foi coordenador técnico da seleção em 1994 e treinador do Brasil no vice-campeonato em 1998, na França. Os esquemas e estilos de jogo mudaram, assim como a mentalidade dos treinadores.

O futebol correria, de muita marcação e pouco tempo para pensar, que acabou tendo que ser adotado pela atual comissão técnica, não agrada muito ao 'Velho Lobo', como Zagallo também é conhecido. Ele entende e respeita o jeito da seleção de Felipão e Parreira, mas continua fiel às suas convicções e acredita que o Brasil ainda pode ser capaz de ousar e se portar diferente dos demais.

"Sem dúvida temos um time com a cara do nosso treinador", disse ele. "O Brasil está jogando da forma melhor, mas não tem que 'europeizar'. Tem que marcar sem abandonar o estilo desenvolto que é o que há de melhor do futebol brasileiro."

"Gosto de um futebol mais solto; dá para ser solto e ganhar, mas cada um tem uma maneira de jogar e ele (Felipão) está usando o que tem de melhor", completou.

CAMISA 9

A tradicional função de centroavante do Brasil, envergada ao longo da história por Ronaldo, Romário e companhia, é a que parece mais inquietar o tetracampeão. Felipão já elegeu Fred para a posição depois da destacada participação dele na conquista da Copa das Confederações, no ano passado. Mas, desde então, o atacante do Fluminense acumulou contusões, dores e problemas físicos que deixaram dúvidas no ar.

O camisa 9 do Brasil ficou de fora da seleção quase todo o segundo semestre do ano passado em razão de lesões e, neste ano, pouco impressionou pelo Fluminense.

"Temos que torcer para ele voltar à boa forma. Seleção sem camisa 9 não dá", declarou Zagallo.

Por outro lado, o atacante Neymar, de 22 anos, é a grande aposta. "É uma responsabilidade enorme para um garoto dentro de casa, mas já mostrou seu talento e qualidade mesmo num meio de cobras", afirmou.

Apesar das críticas e cobranças que enfrenta na Europa, Neymar é a esperança de Zagallo de que no futebol de pouco espaço e correria, algo diferente poderá ser feito pelo Brasil em casa.

O ex-jogador e ex-técnico prevê a Argentina, de Lionel Messi, e os conjuntos de Alemanha e Espanha, além da tradicional Itália, como obstáculos a serem superados pelo Brasil no caminho rumo ao hexacampeonato.

"O futebol hoje é resultado. Se ganhar jogando bem, melhor ainda. A equipe de 70 era imagem e semelhança do futebol brasileiro", finalizou.

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